Presidente questionou inserção de propagandas partidárias do PL em rádios do Norte e do Nordeste e apontou favorecimento à campanha petista
“Não será demitindo um servidor que o TSE vai botar uma pedra nessa situação.” Foi assim que o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou, nesta quarta-feira (26), que não vai desistir de criticar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e apontar um desfavorecimento da candidatura à reeleição por parte do ministro Alexandre de Moraes.
“Aí tem dedo do PT. Não tem coisa errada no Brasil que não tenha dedo do PT. O que foi feito, comprovado por nós, pela nossa equipe técnica, é interferência, é manipulação de resultado. Eleições têm que ser respeitadas, mas lamentavelmente PT e TSE têm muito que se explicar nesse caso”, falou o presidente durante comício em Teófilo Otoni (MG).
“Vocês estão acompanhando as inserções do nosso partido que não foram passadas em dezenas de milhares de rádios pelo Brasil. Sou vítima mais uma vez. Onde poderia chegar as nossas propostas, nada chegou”, completou o mandatário.
O discurso inflamado do presidente foi antes de Alexandre de Moraes negar a denúncia da campanha de Bolsonaro sobre irregularidades na inserção de programas eleitorais em rádios das regiões Norte e Nordeste.
De acordo com o advogado Camilo Onodas Caldas, diretor do Instituto Luiz Gama e pós-doutor em Democracia e Direitos Humanos, a denúncia precisa ser analisada sob duas perspectivas. Na primeira, caso a representação do PL seja infundada, “pode haver na ação judicial proposta pela candidatura de Jair Bolsonaro a condenação por litigância de má-fé, caso fique comprovado que eles não detinham as provas e sabiam que as afirmações não eram verdadeiras”.
Se a denúncia tiver fundamento, Caldas lembra que as emissoras “podem ser responsabilizadas e punidas pela Justiça Eleitoral”. “Se tiverem feito isso em conluio com o candidato, este também pode ser responsabilizado e punido”, completa.